Economia

China começa a censurar ‘milionários cripto’ para preservar o comunismo

Em um movimento para reforçar a cultura comunista e conter o materialismo, a China começou a censurar a exibição de riqueza por milionários cripto nas redes sociais.

A Administração do Ciberespaço da China (CAC) proibiu recentemente postagens que exibem riqueza extravagante, deletando várias contas populares, incluindo a da influenciadora Wang Hongquanxing, conhecida como a ‘Kim Kardashian da China’, com 4,3 milhões de seguidores.

A decisão do regulador da internet é parte de um esforço maior para controlar o comportamento online dos cidadãos chineses e promover valores socialistas.

O Beijing News, controlado pelo estado, declarou: “O materialismo, uma vez que começa a se espalhar, pode ter uma má influência sobre os adolescentes. Portanto, essa tendência de luxo na internet precisa ser interrompida.”

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Esse movimento reflete a tentativa do governo de manter a ordem social e evitar a disseminação de valores ocidentais de consumo e riqueza.

China e as criptomoedas

De acordo com o Global Times, também controlado pelo estado, a versão chinesa do TikTok, Douyin, removeu mais de 4.700 posts que ostentavam riqueza somente este mês. A versão chinesa do Instagram, Xiaohongshu, apagou mais de 380 contas por razões semelhantes.

Essa censura afeta diretamente os milionários cripto que costumam exibir seus estilos de vida luxuosos online, com carros caros, relógios de luxo e roupas de grife.

A vida dos milionários cripto na China continental está se tornando cada vez mais restrita. Muitos líderes cripto são conhecidos por usar princípios do livro “As 48 Leis do Poder” para atrair atenção para seus projetos, exibindo joias, afirmando que sua riqueza é autossuficiente e pedindo aos seguidores que façam sacrifícios para alcançar o sucesso.

No entanto, a proibição de exibir riqueza nas redes sociais torna difícil para esses líderes manterem sua influência online.

Changpeng Zhao, CEO da Binance, nasceu na China, mas passou a maior parte de sua carreira no exterior. Ele é conhecido por sua presença ativa nas redes sociais, onde já afirmou que “não era tão rico” porque seu patrimônio líquido era inferior a US$ 74 bilhões.

Justin Sun, fundador da Tron, também é conhecido por suas postagens extravagantes, incluindo a compra de um bilhete para o espaço e um jantar com Warren Buffett.

Milionários cripto que ainda residem na China continental estão adaptando seu comportamento online para evitar problemas com as autoridades. Bobby Lee, cofundador da BTC China (agora BTCC), mantém uma presença modesta nas redes sociais, apesar de ter comprado Bitcoin desde 2011, quando valia menos de US$ 10.

Yi He, cofundadora da Binance, também mantém um perfil discreto nas redes sociais enquanto gerencia bilhões de dólares em ativos.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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